Bola de fogo visto em Itapipoca/CE trata-se de lixo espacial



No início da noite dessa terça, 16 de março, uma bola de fogo cruzou os céus no norte do país e foi vista de diversas localidades do Pará e do Ceará. A Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) analisou o caso e informou tratar-se da reentrada de lixo espacial. A BRAMON coletou diversos relatos a partir das redes sociais e da sua ferramenta de reporte de bólidos, dando conta do avistamento de uma bola de fogo nos céus do Pará. Diversas imagens publicadas nas redes sociais registraram o fenômeno, além de dois vídeos em câmeras do Clima ao Vivo, uma em Belém do Pará, e outra em Fortaleza, no Ceará. Os testemunhos se concentraram na região metropolitana de Belém, onde boa parte do objeto se desintegrou. Porém, houveram também relatos vindos do estado do Ceará, a mais de 800 quilômetros de distância. 





Baseado nos relatos e nas imagens, a BRAMON concluiu tratar-se da reentrada de lixo espacial e identificou um objeto que possivelmente é o que causou a bola de fogo observada no norte do país. Trata-se do objeto de identificação NORAD 33058. Seus dados orbitais indicavam um perigeu já muito baixo em sua última passagem observada na manhã dessa terça, 16. E no momento em que o fenômeno foi observado em Belém, ele deveria estar passando muito próximo ao local.

 PARTE DO FOGUETE FRANCÊS

Esse objeto é uma uma parte do foguete francês Ariane 5, instalado na coifa, onde é colocada a carga útil do foguete. A peça interna, chamada de Sylda, permite o lançamento de dois satélites na mesma missão, pois separa as duas cargas dentro do compartimento e dispensa os satélites na órbita. Esta específica foi lançada a partir da Guiana Francesa em 12 de Junho de 2008. Após fazer seu trabalho, ela foi descartada e ficou orbitando o planeta por mais de uma década. Sua órbita o levava a mais de 3 mil quilômetros de distância da Terra no apogeu, o ponto mais distante. Porém, em sua última passagem, seu perigeu foi calculado em apenas 186 quilômetros da superfície terrestre. Nessa altitude, a atmosfera da Terra é muito rarefeita, mas já impõe certo arrasto ao objeto em órbita, o que provavelmente o levou a perder mais altitude até reentrar na atmosfera da Terra no início da noite dessa terça (16).

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